quinta-feira, 29 de agosto de 2013

Vida Política de Antônio Camargo Sózio - Por Teobaldo Branco

Documentário sobre a vida política de Antônio Camargo Sózio

Qui, 29 de agosto de 2013
Antônio Camargo Sózio (1909 – 1988)


Membro do Partido Comunista desde 1950, no distrito de  Horizontina, município de Santa Rosa, estado do Rio Grande do Sul, Brasil, na época, participou da Legalidade com Brizola no Rio Grande do Sul.
Lutou pelo movimento dos sem terra. Foi defensor da  democracia e lutou contra a ditadura militar, pelo socialismo.
Em 1964 foi perseguido pela ditadura militar sendo obrigado ir para o exilio, refugiadamente.
 Para escapar do cárcere percorreu enormes distâncias na fronteira entre dois países, se obrigou vender todas as propriedades (terras) para manter-se no país vizinho, da Argentina. 





A história de um notável do PCB, de  Horizontina, estado do Rio Grande do Sul, Brasil



Antônio Camargo Sózio (1909 – 1988) nasceu em Cachoeira do Sul, filho de Luiz Domenico Sózio e Marcelina Camargo.

Seu pai era imigrante italiano que veio ao Brasil com 17 anos de idade, cuja residência inicial foi em Cachoeira do Sul, estado do Rio Grande do Sul, dedicando-se a vida de caixeiro viajante.
O Senhor Domenico diante de seu trabalho passou a residir na vila (distrito) de Cruz Alta, pertencente à sede municipal de Rio Pardo/RS.
Casou-se com Marcelina Camargo e teve nove filhos, sendo Inácio filho de criação e filhos de sangue: Rosina, Antônio, Adão, Augusta, Francisco, Olga, Alcebides e Mário.
A vida de Antônio, o segundo filho de sangue, iniciou interno num seminário em Cruz Alta/RS durante quatro anos, completando a 5ª série até aos 13 anos.
Os Padres pediram para permanecer no seminário para dar continuidade nos estudos, mas seu pai mesmo que italiano religioso, cujo ideal de família não aceitou.
Cruz Alta é região de campo aberto, Antônio Sózio mudou-se para a serra região do Alto Uruguai, onde havia colonização de imigrantes para trabalhar na agricultura para seu sustento e ajudar a família.



                  Foto de 1978, Dona Lucila e Antônio Sózio


Casou-se com idade de 26 anos, com Lucila Pereira da Rosa, em 1935, no distrito de Tucunduva, município de Santa Rosa/rs,  e  lá começou a vida; logo mudou-se no interior de Horizontina ao adquirir 25 hectares de terra para atividade agrícola na localidade de Lajeado Esquecido.
Nessa propriedade construiu sua família, uma nova vida, com os filhos: Leonor, Valdemar, Nair, Luiza, Zelinda e Valdir; sempre tentando buscar a prosperidade no caminho do modelo e costumes culturais da sociedade, pelos princípios da boa vivência.
Antônio Sózio foi obrigado a refugiar-se no país vizinho, da Argentina, pela ditadura militar, por ser comunista. 

Como ocorreu sua adesão ao Marxismo

Antônio Sózio  já era comunista pelo modo de viver. Ele pensava como verdade, que tudo devia ser comum a todos com igualdade, sem distinção.
Certa vez foi a um comerciante na Esquina Tiradentes, localidade  vizinha,  no então distrito de Horizontina onde se encontrou com pessoas que dialogavam trocando ideias.
O assunto girava em torno de revoluções tendo um socialista presente que lembrava Luiz Carlos Prestes pelo desapego dos interesses pessoais e pela busca obstinada dos seus sonhos, que eram por mudanças sociais em favor da dignidade dos humildes e excluídos.
Outro participante que  estava presente, era Miguel Arzevenko, um russo que falava sobre posições partidárias  e sobre o destino do futuro  político no mundo.
Ele explicava que as organizações das nações estavam em dois blocos, o capitalismo e o socialismo e  afirmava que no Brasil: “Somente um pacote socialista na constituição seria a solução dos problemas, sem faltar de educação e igualdade social”
O primeiro documento que Antônio Sózio leu na década de 30, foi sobre o Manifesto de Luiz Carlos Prestes, editado pelo Diário da Noite, São Paulo, em  maio de 1930, onde ele denunciava a exploração colonialista dos feudais e convocava os trabalhadores  pela entrega da terra aos que trabalham e  pela libertação do jugo do imperialismo.
Na sequência  passou ler o jornal, Classe Operária e, a partir disso continuou os contatos políticos até começar a promover reuniões com mais pessoas para discutirem assuntos políticos partidários.
Na sequência passou ler livros de Carlos Marx e Lenin até assumir a ideologia marxista e liderar a doutrina das ideias socialista, logo  inscrevendo-se no partido do PCB.
Adquiriu conhecimentos pelas leituras e sentiu a necessidade de  participar de congressos e encontros para instruir-se mais sobre o mundo político dos partidos e suas ideologias.
Participou do 1º Congresso de Agricultores em Minas Gerais. Também realizou cursos de política em Porto Alegre.
Antônio Camargo Sózio encontrou-se com lideres maiores entre eles João Amazonas, Luiz Carlos Prestes, conheceu Mauricio Grabóis num encontro na  Bahia.
Também tinha contato com Francisco Julião, que lutava contra o latifúndio em favor dos sem terra.
Dialogava com Paulo Schilling sobre movimento dos sem terra,  assessor do governador Leonel Brizola na época. 
Conheceu outros líderes como Carlos Marighela, Avelino Capitani, Carlos Lamarca, e conseguiu trazer  João Amazonas numa reunião na  residência de Pedro Sapieginski na localidade de Escola Branca, então município de Horizontina/rs.
Antônio Sózio era um marxista espírita e não cansava de dizer repetidamente: “nunca é tarde para começar; nossa vida não começa no berço e não termina no túmulo. A vida pode ser pobre materialmente, mas a riqueza está na vida espiritual, pela prática do bem”


Antônio Sózio exercia atividades sociais como socialista nato

Escola: Em 1945 Antônio Sózio liderou a construção da escola Municipal na localidade que passou a denominar-se de Escola Branca, porque a escola foi  pintada de cor branca.
Ele foi o presidente da Comissão e depois de concluída, no 8º distrito de Horizontina, junto com autoridades de educação do município de Santa Rosa, a escola recebeu o nome de Escola Municipal Coronel Camisão.
A matrícula geral da escola continha 100 alunos matriculados de 1ª a 5ª série, onde seus filhos estudaram.

Futebol: Antônio Sózio estava sempre presente colaborando nos esportes, na modalidade de futebol, no Esporte Clube  15 de Novembro de Lajeado Esquecido, com sede na propriedade da família Viletti.
Ele atuava com sua presença na organização, opinando no corpo coletivo da sociedade esportiva, era um colaborador.

Cooperativa: E 1956, o agricultor Antônio Camargo Sózio liderou os agricultores das comunidades vizinhas da localidade de Escola Branca e fundaram a Cooperativa Mista Agrícola Cruzeiro do Sul LTDA.
A Cooperativa contava com a loja de mercadorias gerais, armazém de depósito de produtos de cereais dos associados, casa residencial do gerente e espaço administrativo. 
A maioria dos agricultores da redondeza eram associados.
O primeiro gerente foi Antônio Sózio; o regulamento estatutário depois de dois mandatos obrigatoriamente devia trocar, onde entrou Pedro Sapieginski.
Em 1964, a cooperativa faliu porque as lideranças eram de esquerda com o golpe militar, todas as pessoas foram obrigadas a se afastar para evitar perseguições, por isso foi extinta.
O senhor Antônio Sózio, se obrigou emigrar refugiando-se em outro país, na Argentina e encerrando atividades sociais comunitárias.  

Episódios inesquecíveis sobre a 2ª guerra mundial

Em 1944, certo dia do mês de maio daquele ano, Antônio Sozio foi  ao comércio na casa de Antônio Manhabosco, no interior rural da localidade de Esquina Tunas, onde estavam vários presentes ao local da venda de mercadorias e compra de produtos agrícolas.
 Ali na referida loja as pessoas conversavam sobre a vida do cotidiano, coisas de trabalho e alguns contos de humor e informações sobre conhecimentos do mundo agrícola, também sobre  o mundo das notícias que estava no ar sobre a 2ª guerra mundial.
O senhor Antônio Sózio não era muito conhecido, mas já havia notícias que ele era comunista, sem participar do diálogo foi inquirido agressivamente com uma pergunta irônica de um descendente alemão, que disse:  Está preparado para puxar carroça depois que Alemanha ganhar a guerra?
Antônio Sózio ficou pasmou e replicou: como assim, puxar carroça?   O seu interlocutor reafirmou: Espera para ver quem vai mandar e quem vai obedecer. Comunista vai ser escravo. 
Na tréplica, o senhor Antônio, disse: enquanto dois cavalos estão correndo ninguém sabe o ganhador, porque um pode tropeçar.
Após alguns sorrisos de outros presentes, Antônio Sózio, um tanto assustado com a humilhação de modo radical, logo procurou retirar-se com suas mercadorias compradas indo para sua residência.
Foi um momento de cair à ficha; sentiu a veracidade da afirmação. Sofrendo o preconceito do significado de ser comunista percebeu o grande perigo se o nazismo dominasse o mundo político.
Na época os agricultores se abasteciam das necessidades familiares assim como para a comercialização de seus produtos nos comerciantes no meio rural próximo; lugar de encontro onde eram comentados os assuntos político e sobre os acontecimentos da guerra.
Havia panfletos de ambos os lados que comprometiam a boa vivência entre os cidadãos pela opção de um mundo dividido em dois blocos.
Antônio Sozio recebia material do PCB e viabilizava a distribuição dos panfletos antinazista em pontos estratégicos, discretamente na localidade e nas vizinhas.

Reunião sobre os acontecimentos da guerra

Uma reunião se organizou sob a liderança de Antônio Camargo Sózio, presentes:  Walter Simm, médico dono de Hospital na cidade de Horizontina, Miguel Arzevenko e Basílio Klovis; descendentes russo, agricultor da localidade de lajeado pratos;  Pedro Sapieginski, descendente lituânio, agricultor da localidade de Escola Branca; Máximo Milnitchuk, descendente russo, agricultor de Lajeado Esquecido. 
Também participavam de reuniões o advogado Darci Hon Holtz   de Santo Ângelo; Noli Hioner, advogado de Santa Rosa;  Flori de Aguiar, metalúrgico e sindicalista de Santa Rosa, oriundo de Porto alegre e mais familiares simpatizantes.
Agenda da reunião era para analisar os acontecimentos mundiais, principalmente sobre a 2ª guerra mundial, visto os rumores que surgiam frequentemente e o rumo que os comunistas deviam seguir pelas ameaças.
O Eixo era Alemanha, Itália e Japão e tinham objetivos expansionistas,  desenvolvendo a industrialização, principalmente na área bélica, como aviões, navios e tanques de guerra.
De outro lado, os Aliados sendo a Inglaterra, União Soviética e Estados Unidos. Também potências.
O assunto da 2ª guerra mundial estava na onda das notícias em todas as partes sendo uma expectativa do futuro da humanidade.
A guerra antes de acontecer já estava gerando tensões porque todos sabiam que o conflito era entre duas potencias militar, com consequências sobre a vida das famílias, de pessoas, pois a política exigia uma posição de ser contra ou a favor, voltado ao uma ideologia da política partidária.
Os países independentes começavam a se posicionar.
O Brasil em janeiro de 1942, após um processo para unir todas as forças vivas da Nação no combate ao nazi-fascismo e organizar as forças armadas brasileiras, o presidente Getúlio Vargas rompeu com os países do Eixo e apoiou os Aliados.

Antônio Sózio participou do Movimento da Legalidade em 1961

Em 25 de agosto de 1961, Jânio Quadros renuncia ao cargo, enquanto João Goulart, vice-presidente, estava na China. O Brasil viveu momentos de instabilidade desde 1954.
Os militares, sob influência dos Estados Unidos, que temiam ver no Brasil na linha esquerdista, como em Cuba,  impediram o João Goulart de assumir o cargo de vice, ameaçando derrubar o avião em que ele voltava para o Brasil.
Brizola entoava a legalidade constitucional. Legítimo representante do Movimento da Legalidade, pela posse de João Goulart.
As paixões do passado distante, na época, o senhor Antônio Camargo Sózio era protagonista local, porque defendia valores de liberdade e patriotismo, ele formou comitiva e foi até capital para solidarizar-se com o movimento e ajudar no manifesto em favor dos ideais da liberdade política, pela democracia, que teve mérito na época.
Era autocrítico o Senhor Antônio Sózio em seu discurso, dizia: “tenho fé que a igualdade das classes sociais acontecem  só com uma revolução, feita de baixo para cima,  que não exclua ninguém, para acabar com a pobreza e desigualdade no Brasil”.  

O refúgio foi uma necessidade pela seguraça diante da ditadura militar

O golpe militar de 1964 implantou a condição brasileira à submissão da política Americana cedendo ao imperialismo o controle econômico;  mantendo política interna sob a censura dos meios de comunicação, cortando a expressão cultural do povo, pela imposição ideológica alienante sob o autoritarismo.
Os partidos políticos, os sindicatos, entidades estudantis, camponeses, operários e todo cidadão que discordasse da política do governo militar eram reprimidos com violência de seu papel social, mesmo que fosse de interesse do povo.      
Os comunistas eram vistos pelo militares como terroristas, ateus, homens malditos.
O Senhor Antônio Sozio assistia notícias pelo rádio onde os movimentos ocultos e conspirações estavam no ar, desde o início da década de 60.
Em 1964 havia uma temperatura efervescente nos meios políticos com participação direta dos militares.
No final de março ele sentia que os militares decidiram tomar o poder definitivamente. Quando ocorreu o golpe ele aguardava em casa, em atenção aos acontecimentos pensando o que poderia acontecer imaginando um processo repressivo.
No dia 1º de abril, mais ou menos, às 15 horas da tarde chegou a sua residência um automóvel com três homens, companheiros, não conhecidos e desembarcaram do carro; um chamou o Senhor Antônio em particular e disse: “saia em fuga urgente para evitar sua morte, porque no caso de tortura para evitar a denúncia de companheiros  e ambos naquele momento advertiram “salve-se”, e se retiraram apressadamente.  
O senhor Antônio conferenciou com familiares,  arrumou sua mala com roupas e documentos e saiu em fuga ao anoitecer acompanhado de José Flores da Rosa (cunhado).
Antônio e José saíram em caminhada a pé desviando postos policiais e vilas, atravessando lavouras, beirando matas até chegar ao amanhecer no Rio Uruguai, mais ou menos, 40 quilômetros de distância, fronteira divisória de território Brasil/Argentina.
Não havia transporte para travessia do grande rio, mas finalmente dois meninos com um pequeno barquinho deram passagem, mesmo que perigosa.
Eles continuaram o caminho no interior da Província de Missiones, localidade de Capim Largo até a residência de um parente José Pereira da Rosa (sogro de Antônio).
Prosseguiram adiante por sentir  perigo de busca e apreensão,  saindo  das proximidades de fronteira, chegaram até Km 10, uma localidade de Missiones,  na casa de Amantino Martins (sobrinho) permaneceram algum tempo para tentar contato com familiares no Brasil por meio de agentes secretos.
Depois de passar 20 dias foi enviado um mensageiro até ao Brasil para levar e receber notícias de familiares. 

Visitas de policiais era sempre à noite

O senhor Antônio Sózio saiu em fuga ao anoitecer do dia 1º de abril, e poucas horas depois de sua saída,  antes da meia noite dois camburões descarregou um exercito de policiais diante de sua residência, que entraram dentro de casa sem licença e foram vasculhando quartos móveis e cantos da casa aos trambolhões e desrespeito, perguntando para uma e outra pessoa da casa:  “onde estão as armas” .



Família de Antônio Sózio, na frente com os filhos e atrás genro e nora


 Ao entrevistarem a Senhora Lucila, esposa de Antônio de modo estupido e grosseiro sobre, armas, guerrilha e companheiros, ela sofreu uma paralização motora caindo diante do militar que interrogava. 
Ao redor da casa e galpões também foram revistados deixando sinais de estripulia no local.
Era uma invasão da privacidade da família com tratamento despótico, violento e humilhante.
A residência era  remexida revirada de forma prepotente usando o abuso do poder da autoridade com armas militares, ameaçando de modo ingrato e tirano, com verdadeiro desrespeito para com a família, esposa e filhos ali presentes.
Os próprios militares divulgavam  boatos que Antônio Camargo Sozio estava chefiando grupo de milícia de companheiros contra o governo.  
Eles perguntavam: - onde está o subversivo? Está escondido. Com insistência queriam saber informações sobre o grupo guerrilheiro, nomes e locais.
Postura arbitrária pela prática autoritária dos maus tratos injustos e cruéis pela humilhação dos cidadãos trabalhadores de bem, que se encontravam quietos em seu lar.
As visitas se sucederam seguidamente com militares diferentes, mas usando a mesma prepotência procedendo a uma   invasão domiciliar desvairada e criminosa, entravam e saíam como se fossem demolir o soalho com as botinas pesadas, além de arrancar e quebrar móveis e utensílios procurando o que não existia.
Depois a família sofria a indiferença social, como se tivesse sido contaminado por uma doença contagiosa.
As pessoas afastavam-se, evitavam o relacionamento com a família, com olhares diferentes, dando a impressão de que eram cumplices de alguma coisa.
Todos sabiam que Antônio Sózio e sua família sempre foram humildes e participantes na vida comunitária, mas a repressão fazia as pessoas temerem. Poucos prestavam apoio e solidariedade.
Na época havia uma inteligência iluminada, não se sabe como e quem, mas antes de cada visita dos militares, a família era avisada. Duas famílias se agrupavam (genro) concentrando na casa do Senhor Antônio, para se ajudarem durante as invasões dos militares.

O mensageiro

O mensageiro da Argentina no Brasil se informou sobre os acontecimentos e soube que policiais da Brigada militar estiveram no porto do Rio Uruguai na fronteira com a Argentina solicitando informações sobre Antônio Camargo Sozio;  justamente onde ele passou de canoa, o grande rio Uruguai, no amanhecer do dia 02 de abril de 1964. Ouviu a seguinte frase, dito por um militar: “ o sujeito é subversivo, mas muito esperto”.  
Na Província de Missiones, o senhor Antônio Sózio procurou amizade com a vizinhança e com autoridades da Gendarmaria, como trabalhador de bem, que sempre foi  e foi  visto assim.
Antônio preocupado com a família sabendo da tortura repressiva, punição desumana que estava acontecendo, políticos que eram contra a ditadura não tinha alternativa, era ir para o exílio ou fuga para ter vida,  mesmo que na clandestinidade, acertou um negócio de troca de propriedades para a família ir para Missiones.
Entregou uma propriedade legalizada por um direito para acomodar sua família, com enorme prejuízo financeiro; o deslocamento da família  também ocorreu discretamente em fuga,  no mês de agosto de 1964.
Na Argentina, o senhor Antônio pode recomeçar a vida, sempre alerto,  produzindo alimentos e produtos comerciais da região pela sobrevivência, em pouco tempo reconstruiu seus habitats para viver com dignidade.
O senhor Antônio sempre atento e estabelecendo boa amizade com a comunidade e autoridades de Missiones evitou sua prisão, porque foi avisado do pedido de busca brasileira, mas não se consumou.


Socialista nato pela educação

Na localidade do Km 10, o senhor Antônio liderou os habitantes e assumiu como presidente da Comissão junto às pessoas interessadas para criação de uma escola.
Com líderes comunitários foram até as autoridades educacionais, onde conseguiram a construção do prédio escolar e professores para uma clientela de mais de 100 alunos.


Placa de reconhecimento na Argentina durante seu tempo no refúgio

A escola recebeu o nome de Flor da Serra; hoje é a denominação da vila. Do mesmo modo, o time de futebol também se denomina de Flor da Serra.
O Senhor Antônio foi o presidente da Comissão pela criação da escola,  depois de construída e criada a Associação Escolar foi o tesoureiro conforme placa de honra, documento fornecido pelo poder público de Soberbo, Missiones, Argentina.







Anistia  

Lei da anistia foi promulgada pelo presidente Figueiredo em de 28 de agosto de 1979, durante a ditadura militar, que concedeu em resumo:  Foi  concedida anistia a todos de /61 a 79, que cometeram crimes políticos e perderam seus direitos políticos.
Em 1979, o senhor Antônio ao saber da anistia aos políticos brasileiros apertou mais seu coração, que não cansava de dizer: “Eu não quero morrer antes de pisar em terras do meu Brasil”.
Com um neto (Hélio Sózio Witcel) na cidade de Ijuí/RS, vendeu e doou o que tinha adquirido na Argentina e voltou ao Brasil vindo residir na cidade de Ijuí.
Na cidade de Ijuí com todos familiares próximos teve um herdeiro da política, seu neto Cesário Sózio Vitcel, que ainda moço concorreu para câmara de vereadores, foi assessor do deputado estadual do PT, Elvino José Bohn Gass, seguidor dos ideais do avô, com um futuro promissor brilhante.
Sofreu um incidente em dezembro de 2011, deixando a vida, partindo para a eternidade.  
Em 1988, Antônio Camargo Sózio, um militante do PC do B encerrou o seu  tempo de vida e passou para os registros como imortal na história do seu tempo.


  Placa  de honra do PC do B, na cidade de Ijuí/RS.











Referências bibliográficas

- VITCEL, Leonor Pereira Sózio, (1937)  filha de Antônio Camargo Sózio e de Lucila Pereira da Rosa, casada com João Zama Vitcel, (1933 – 2003) ele brasileiro descendente de alemão e italiano. Seus filhos são: Marlene, Hélio, Sérgio, Cesário e Marlise.    Residente na cidade de Ijuí.
Desde jovem Leonor atuava politicamente nos meios sociais ao lado do pai.
Leonor se manifestando num congresso de agricultores em Porto Alegre.
Observações: Leonor foi a confidente fornecendo as informações e dados sobre a vida política de seu pai, Antônio Camargo Sózio.

- Teobaldo Branco foi o  pesquisador e produtor do documentário.

Leia também seu blog no Ijuhy.com :  Blog do Teobaldo Branco

Veja as imagens ampliadas da Familia de Antônio Camargo Sózio:


    
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terça-feira, 27 de agosto de 2013

Reunião dos Escritores de Ijuí acontece na quarta-feira

Reunião dos Escritores na quarta-feira, 28 de agosto de 2013, às 19h, em dependências do Clube Ijuí.


Dom, 25 de agosto de 2013


O presidente do Círculo dos Escritores de Ijuí Letra Fora da Gaveta, Ademar Campos Bindé, está convocando todos os escritores associados e demais interessados para a reunião mensal da entidade, que acontece nesta quarta-feira, dia 28 de agosto, com início às 19 horas, em dependências do Clube Ijuí, com a seguinte ordem do dia:

a) Definição e entrega de material para a edição do livro anual do Círculo dos Escritores, cujo lançamento está previsto para as Feiras do Livro que acontecem em novembro próximo.

b) Os poetas associados devem fazer a entrega de suas produções visando o projeto "Poesias nos Ônibus", que já tem a aprovação da direção da Medianeira Transporte.

c) Assuntos diversos
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sexta-feira, 16 de agosto de 2013

Vamos colocar o bem acima de tudo

Por Ademar Campos Bindé*

Sex, 16 de agosto de 2013


Depois de quatro décadas de atuação direta no jornalismo ijuiense ainda não conseguimos desvincular o nosso foco dos fatos e das coisas que fazem parte do cotidiano comunitário.

De modo especial, porém, temos nos dedicado ao registro dos acontecimentos e personagens que fizeram e continuam fazendo parte da nossa história.

Nos últimos meses não conseguimos nos manter alheios aos movimentos desencadeados na comunidade com  relação a criação de um curso de Medicina na Unijuí.

Iniciativa louvável e meritória. Enquanto as gestões se corporificam, eis que vemos ressurgir um movimento, talvez, possamos dizer paralelo, de uma perspectiva de ter um curso de Medicina através da implantação de um campus da Universidade Federal da Fronteira Sul – UFFS em Ijuí.

Essa coincidência, que num primeiro momento se poderia considerar salutar, eis que logo se transforma no florescer de posições antagônicas. Não entendemos o porquê.

Logo somos levados a voltar nossos pensamentos para o passado e recordar de quantas outras iniciativas brotadas no seio da comunidade ijuiense que se transformaram apenas em sonhos ou, o que nos parece pior, foram conquistas alcançadas por municípios vizinhos. Simplesmente, porque o bem comum foi sobrepujado por interesses pessoais ou de grupos, quando não por aspirações políticas, o que é pior.

Apenas pelas observações pessoais que o acompanhamento da questão nos permite e a experiência de vida nos ampara, longe de polêmicas que nada constroem, resolvemos fazer algumas considerações que entendemos pertinentes nesta questão de um curso de Medicina em Ijuí.

Registrar a história da Unijuí em diferentes contextos e em diversos movimentos faz parte da rotina dos meios de comunicação, já que a Universidade sempre foi um dos assuntos férteis na seara jornalística, que tem o poder de fascinar a qualquer escritor, por conter elementos dignos tanto do jornalismo, quanto da literatura, com pinceladas de realismo, com sujeitos da comunidade escrevendo a história acontecer.

Enfim, nestes 56 anos, a comunidade fez história por meio da Unijuí e retratar estes fatos é sempre algo que rende para quem escreve.

Neste sentido, sem querer entrar no mérito da questão, mas tentando uma abordagem jornalística dos fatos atuais acerca da Universidade, para que se possa (re) pensar sobre o assunto e, a luz somente dos fatos, sem opiniões ou interesses, trazemos uma reflexão acerca da implantação de um curso de Medicina na Unijuí e suas polêmicas adjacentes que tem ganhado a mídia nos últimos meses.

Acreditamos que ninguém é contrário a vinda de um campus da UFFS para Ijuí. Isso é ponto pacífico. Ser contrário a isso seria falta de visão de futuro para o município e para a educação superior na região. A possível vinda deste campus fomentaria muitas frentes do município e isso sempre é algo positivo.

Entretanto, é pertinente lembrar que não existe nada de concreto quanto à instalação deste campus em Ijuí. O que se tem é uma possibilidade, a mesma possibilidade que existia em 2005, quando este movimento nasceu com o nome de Movimento em prol da Universidade Federal da Mesorregião Sul, com os mesmos atores sociais puxando sua luta.

Luta louvável, mas que, infelizmente, em mais de oito anos pouco ou nada se avançou, mesmo com as políticas federais de expansão dos campus de universidades federais. Insistir na luta é algo do que se orgulhar, pois demonstra a pujança do povo ijuiense em buscar melhorias para o bem comum.

Na outra ponta, existe a Unijuí, que também foi concretizada por homens e mulheres que buscam o bem comum e o desenvolvimento regional, que em pouco menos de um ano tem o sonho de trazer um curso de Medicina para o município muito próximo de se realizar.

A mobilização regional em volta do curso de Medicina da Unijuí não pode ter ligação com a possível criação de um campus da UFFS. São duas coisas distintas, que merecem a mobilização regional.

Nossa região é uma das poucas do País que conseguiu gerar um projeto, democrático e comunitário de desenvolvimento pela educação quando da constituição da Fidene, agora o desafio parece o mesmo e em nada inviabiliza outras iniciativas semelhantes de desenvolvimento.

*Ademar Campos Bindé é jornalista,  escritor, historiador e blogueiro do Portal Ijuhy.com


Comentários

Martin Ledermann - Ijuí (Rio Grande do Sul)

Enviado Qui, 15 de agosto de 2013

Texto coerente, sensato, inteligente e livre de qualquer tipo de interesse que não seja o bem da população.


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segunda-feira, 12 de agosto de 2013

Escritores participando da Feira do Livro de Ijuí em 2010




 
 
 
Juarez Folletto, Daiana Dal Ross, Claudio Trindade e Teobaldo Branco


ooo


Qui, 16 de maio de 2013
                  

Claudio Rogério Trindade coleciona mais uma conquista com sua bela poesia.

O poeta ijuiense Claudio Rogério Trindade foi novamente premiado como destaque literário pela ALPAS 21, que promoveu recentemente o 19º Concurso Literário Internacional de Poesias, Contos e Crônicas. Esse certame reúne participantes de várias cidades brasileiras e até do exterior.

Desta forma, Claudio Rogério Trindade que é também professor da EFA, associado e atual vice-presidente do Círculo dos Escritores de Ijuí Letra Fora da Gaveta, ganha merecida projeção não apenas individualmente mas também promove as entidades que representa.

A seguir reproduzimos a poesia premiada de Claudio Rogério Trindade no 19º Concurso Internacional da ALPAS 21:

Tempo

Qual o tempo
E tempo tenho
Quanto tempo
Ainda tenho?

Que tempo
Disponho para
O tempo
Que ainda tenho.

Qual o tempo social
Que tenho?
E o tempo que
Arquivado foi!

Como o tempo realiza
A elaboração do tempo?

Me confinei no tempo passado
Esqueci do tempo presente.

O que farei do tempo futuro?

O tempo agoniza
Ou agoniza-se com o tempo?
Que tempo é esse?

Ah, o tempo.
Não domina
E não é dominado.

O tempo existe.
O que fazer dele?
E com ele?

      


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quinta-feira, 8 de agosto de 2013

Palestra do dia 31/07

MARILDA ALMEIDA DA SILVA participou do ciclo de palestras promovidas
pelo Círculo de Escritores de Ijuí  Letra Fora da Gaveta.

O Círculo de Escritores de Ijuí Letra Fora da Gaveta, presidido pelo jornalista
e escritor Ademar Campos Bindé tem propiciado aos associados do referido
círculo literário palestras enriquecedoras com participação de professores,
jornalistas, escritores e pesquisadores.

No mês de maio de 2013 palestraram os representantes  da associação de
escritores de Cruz Alta denominado ALPAS-XXI, Sra Rozelia Scheifler Rasia
e Sr Darcy Pinheiro da Silva.

No mês de junho o palestrante foi o Secretário de Educação de Ijuí Professor
Eleandro José Lizot e na reunião realizada no dia 31 de julho passado, nas
dependências do Clube Ijuí, a convidada foi Marilda Almeida da Silva, Mestre
em História, Teoria e Crítica de Arte.

A referida Palestrante abordou o tema Saber indiciário: pormenores reveladores.

Ela se refere à Igreja Nossa Senhora da Natividade de Ijuí. Uma enriquecedora
abordagem que relaciona leitura da arte (edificação) e história no tempo
cronológico.

Durante a abordagem os escritores interagiram ora contribuindo, ora
questionando sobre o tema abordado.

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terça-feira, 6 de agosto de 2013

Um novo espaço no Portal "ijui.com"

A partir de 06 de Agosto de 2013 o "Portal Ijuhy.com" abre um novo espaço destinado aos escritores e poetas associados ao "Círculo dos Escritores de Ijuí - Letra Fora da Gaveta", com mensagem do presidente Ademar Campos Bindé:

 
A partir de hoje o Portal Ijuhy.com abre um novo espaço, agora destinado aos escritores associados ao Círculo dos Escritores de Ijuí Letra Fora da Gaveta  Leia, a seguir, a mensagem de abertura:

Há 9 anos um pequeno grupo de escritores e outros que gostam de colocar para fora suas ideias resolveram  unir-se e criar uma associação.

Assim nasceu no dia 5 de outubro de 2004 o Círculo dos Escritores de Ijuí, logo identificado por uma feliz sugestão da professora e escritora Maria Helena Zancan Frantz com a denominação de Círculo dos Escritores de Ijuí “Letra Fora da Gaveta”.

Por que Letra Fora da Gaveta?. A explicação é simples. Escrever muitos gostam e praticam. Agora dar vazão às suas ideias, colocar para fora, para que outros tenham acesso às suas criações, não é tão simples.

É mais fácil guardar seus escritos numa gaveta. Assim, você está imune às críticas, muitas vezes desanimadoras.

Antes de tudo, é preciso você ter uma boa dose de coragem. Ter coragem para ouvir críticas,  elogios e, talvez, até conselhos. Saber absorvê-los.

Ter consciência de que este é o caminho a ser trilhado por todos aqueles que têm ideias e que desejam compartilhá-las com os outros.

Portanto, tire suas letras para fora da gaveta. Faça o que estão fazendo as duas dezenas de associados que hoje integram o Círculo dos Escritores de Ijuí “Letra Fora da Gaveta”..

Desde a criação de sua entidade representativa, os escritores de Ijuí estão marcando suas presenças na Feira do Livro de Ijuí e da Feira do Livro Infantil do Sesc, com suas produções de crônicas, artigos, poesias, histórias, enfim, de variadas produções literárias.

Alguns até têm expandido seus trabalhos para eventos que acontecem em outros lugares. Os frutos desses trabalhos começam a aparecer de variadas formas.

Pois agora o Círculo dos Escritores de Ijuí “Letra Fora da Gaveta”, por uma especial deferência do diretor do Portal Ijuhy.com, professor Hilário Barbian, ganha um novo espaço.
 
Está nascendo o Blog do “Letra Fora da Gaveta”. Periodicamente, aqui devem aparecer criações dos associados do Círculo dos Escritores de Ijuí. Obrigado!
 

                                   Ademar Campos Bindé
 
            Presidente do Círculo dos Escritores de Ijuí “Letra Fora da Gaveta”


 


 
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